Afinal...



Não houve nada.
Nada mais que o olhar penetrante, que partiu conforme chegou.
Ainda bem.
Estava cheia de medo que me partisse algum pedaço da Concha que sou.
Lá se foi o olhar menino.
E a Concha está inteira.

Hoje vi uns olhos...

Há muito tempo que não via uns olhos assim.
Olharam-me de frente, sem medo, com segurança.

Sim, porque mesmo sendo uma concha menina, não há muitos olhos meninos que se prendam aos meus.

E os meus olhos de concha também ficaram ali presos, durante segundos. Eternos momentos.
Senti medo. E não sei porquê.