
é uma sanguessuga.
Não quero que se interprete mal este desabafo de Concha do Mar, mas é uma forma de dizer. Uma forma de expressar.
Claro que o homem não a trata mal, pelo menos que eu veja. E ela também não se queixa.
Mas no meu canto, na areia da praia, vejo e sinto.
Aquele homem, com muitas dificuldades em reconhecer sentimentos e emoções, vive através das emoções dela. Ele sente, ele tem emoções e até reacções espontâneas e emotivas.
Mas, parece que, por si, se ela não existisse na vida dele, ele não agiria. Seria talvez uma concha até parecido comigo. Observando e não agindo.
Então, ela age por ele. Ela vive, ela sente. E ele vai de boleia e sente-se como ela: se ela estiver alegre, ele fica alegre. Se ela estiver mais triste, ele fica triste. Se ela ficar zangada, ele fica zangado. É como se aquele homem não tivesse personalidade própria. Baseia-se no sentir dela, para ele próprio sentir.
Era a isto a que me referia quando o considero uma "sanguessuga".
Parece que ele vive, não com ela, mas através dela.
Se é que isto é possível.
Se é que isto é possível.